Agenda transForm impulsiona melhoramento genético do eucalipto

A Agenda transForm está a realizar avanços significativos no melhoramento genético do eucalipto, com o objetivo de produzir plantas de elevada produtividade e, simultaneamente, adaptadas às crescentes mudanças das condições ambientais. O principal foco deste trabalho é o desenvolvimento de eucaliptos adaptados às alterações climáticas e resistentes a pragas e doenças.

Para atingir estes objetivos o projeto “Melhoramento Genético e Materiais Florestais de Reprodução” adotou uma abordagem estratégica que passa pelo alargamento da base genética dos programas de melhoramento. Esta expansão é conseguida através da incorporação via hibridação de novas espécies que demonstram uma resiliência climática notável. Esta estratégia permite introduzir características distintas e complementares ao Eucalyptus globulus, a espécie mais comummente utilizada no setor em Portugal.

Luís Fontes, da Altri Florestal, explica que a Agenda transForm está focada no desenvolvimento de híbridos devido às alterações climáticas e ao aumento de pragas e doenças. “Embora o Eucalyptus globulus continue a ser uma espécie interessante devido à sua resistência à seca e propriedades da madeira, é necessário trazer o que é bom de outras espécies, como maior resiliência ao frio ou à seca”.

O projeto está também empenhado em desenvolver e implementar protocolos de fenotipagem e seleção precoce otimizados, com especial ênfase na resistência à seca, pragas e doenças, bem como na melhoria da capacidade de enraizamento e da sanidade em viveiro.

Catarina Gonçalves, do RAIZ, detalha que os novos protocolos de fenotipagem desenvolvidos no projeto visam avaliar a suscetibilidade dos eucaliptos a pragas e doenças. “Alguns protocolos são tradicionais, envolvendo a avaliação de ensaios em campo, enquanto outros são mais sofisticados, como a inoculação de doenças para avaliar a evolução dos sintomas”.

No âmbito da Agenda transForm, o trabalho tem incidido no desenvolvimento de protocolos expeditos e rigorosos para avaliar grandes quantidades de plantas, bem como em ensaios laboratoriais para testar a suscetibilidade de novas espécies de eucalipto a pragas complexas.

José Alexandre Araújo, do RAIZ, salienta que o projeto tem implementado linhas de desenvolvimento do melhoramento genético, desde a criação de novas variedades genéticas até ao estudo de metodologias de propagação de planta clonal. “O objetivo é contribuir para a instalação de uma floresta mais produtiva e resiliente”.

A Agenda transForm manterá o seu enfoque no melhoramento genético do eucalipto, com a ambição de disponibilizar ao mercado plantas melhoradas, que aliem um elevado valor económico a uma maior resiliência.

Os resultados deste projeto irão contribuir de forma decisiva para a sustentabilidade e resiliência das florestas portuguesas, impulsionando, simultaneamente, o crescimento económico do setor florestal.