Decorreu no passado dia 14, em Mortágua, a sessão de apresentação da Rede Intermunicipal de Contentores Florestais da Região de Coimbra, do projeto “Redes Regionais de Valorização de Biomassa Lenhosa”. A sessão, que contou com a presença do Secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, foi o momento para assinatura do protocolo entre a CIM-Região de Coimbra e a ALTRI (responsável pelo destino final dos sobrantes).
Este projeto consubstancia-se na instalação de contentores e parques para recolha de sobrantes agrícolas e florestais nos municípios da CIM-Região de Coimbra. Criado através da Agenda transForm tem como objetivo facilitar a gestão dos sobrantes agrícolas e florestais, contribuindo para a redução do risco de incêndios, nomeadamente resultantes de queimas e queimadas realizadas em épocas críticas, e para a valorização energética dos sobrantes (agrícolas e florestais). Com este projeto, pretende-se valorizar a biomassa numa perspetiva de economia circular e implementar métodos alternativos às queimas de sobrantes, disponibilizando infraestruturas nos vários municípios da região para a deposição e aproveitamento dos mesmos.
Na sessão usaram da palavra o Presidente da CIM-Região de Coimbra, Emílio Torrão, o Secretário Executivo da CIM-RC, Jorge Brito, o Presidente da Câmara Municipal de Mortágua, Ricardo Pardal, o Presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, Pedro Dominguinhos, e o Administrador da ALTRI, Miguel Silveira. Estiveram presentes Autarcas da Região de Coimbra, a Diretora Regional do ICNF, o Coordenador Executivo da ADICES, Técnicos de Gabinetes Florestais, representantes da ALTRI e do CoLAB ForestWISE.
O Presidente da Câmara Municipal de Mortágua, Ricardo Pardal, na qualidade de anfitrião, saudou a presença do Secretário de Estado e demais entidades ali presentes, e agradeceu a escolha de Mortágua para apresentação deste projeto e celebração do Acordo de Colaboração entre a CIM- RC e a ALTRI.
Ricardo Pardal referiu que “Mortágua é um concelho de floresta” e uma floresta fortemente vocacionada para a produção, “de que muito nos orgulhamos e que sempre fez parte do projeto de desenvolvimento de Mortágua, gerando riqueza, emprego e crescimento económico a este concelho”. Deixou ainda um agradecimento ao esforço e dedicação das equipas, do Município, das Juntas de Freguesia, das Associações, pelo trabalho desenvolvido na prevenção e defesa da floresta, e sobretudo aos Mortaguenses, “pela forma como vivem, trabalham e preservam a floresta do concelho”.
Emílio Torrão, Presidente da CIM-Região de Coimbra, referiu que este protocolo representa mais do que uma simples instalação de novos equipamentos, sendo a “materialização de um compromisso com a preservação do nosso património florestal e do bem-estar de todos”.
Referiu que esta é uma de muitas iniciativas que a CIM-RC tem vindo a implementar nesta área, dando como exemplos a criação do Gabinete Técnico Florestal Intermunicipal, as brigadas de Sapadores Florestais, o sistema de videovigilância florestal, o parque de máquinas intermunicipal, os projetos na área da bioeconomia, a implementação de Condomínios de Aldeia, bem como os projetos em curso no âmbito do Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas, como o Resist (visa aumentar a resiliência do território às alterações climáticas), o BeeFood (apoio à preservação das espécies polinizadoras e à flora natural), ou a instalação de mosaicos florestais.
“Ao disponibilizar estes equipamentos na nossa região estamos a proporcionar aos cidadãos uma forma simples, acessível e correta de encaminhar estes materiais, evitando assim que se acumulem em locais inadequados com riscos associados ou que sejam queimados”, disse. Desta forma, acrescentou, “protegemos a biodiversidade melhoramos a qualidade do ar e do solo, promovemos a economia circular e sobretudo a consciencialização ambiental”.
O Secretário de Estado das Florestas, referiu que a CIM-Região de Coimbra fez um trabalho muito positivo de trabalhar em rede para criar parques e colocar contentores para receber os sobrantes florestais, dos jardins e das hortas, sendo um passo importantíssimo para a diminuição das ignições. “Este é um passo importante e a rede de contentores é, sem margem para dúvida, a alternativa que as pessoas precisavam para não fazerem as queimadas e também uma excelente oportunidade de rentabilizar a floresta”. Afirmou ainda que esta iniciativa é um exemplo a replicar por outras Comunidades.
Miguel Silveira, administrador da ALTRI, referiu que Mortágua “é um concelho que trata bem a floresta, e sempre teve um trabalho exemplar na proteção e preservação da floresta”. Lembrou, a propósito, que Mortágua foi pioneiro no aproveitamento da biomassa florestal, com a instalação da primeira Central Termoelétrica de biomassa florestal em 1999. Um projeto que permite retirar da floresta um volume significativo de resíduos florestais: “no modelo de silvicultura e exploração que existe no concelho de Mortágua já faz parte a recolha de biomassa florestal para valorização energética. Faltava dar este passo intermédio, que é a recolha de resíduos agrícolas e de podas florestais que não têm dimensão para irem para a Central, mas que podem ajudar a reduzir o risco de incêndio e ao mesmo tempo valorizar a biomassa”, disse.
Pedro Dominguinhos, Presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, salientou as virtualidades das agendas mobilizadoras, nas diversas áreas, nomeadamente na floresta, e salientou o grande desafio de executar os investimentos do PRR nesta área, lembrando que o mesmo tem de estar executado até junho de 2026 do ponto de vista da execução física.
Além da sessão de apresentação, a iniciativa contou ainda com uma visita ao contentor instalado no município de Mortágua, junto à EN228, na Cruz de Vila Nova, e uma breve explicação técnica do projeto no âmbito da Agenda transForm.
Na rede intermunicipal de contentores florestais os cidadãos poderão depositar sobrantes de podas agrícolas e florestais, sobrantes das limpezas de terrenos e sobrantes de manutenções de jardim, que serão posteriormente recolhidos e encaminhados para tratamento adequado. Os contentores contêm indicação do tipo de sobrantes que podem ser ali depositados.
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