SOLUÇÃO "GREEN DEAL" PARA A BIOECONOMIA FLORESTAL

O Pacote Green Deal é um conjunto de políticas da Comissão Europeia, publicadas em dezembro de 2019, para atingir a neutralidade carbónica em 2050, ou seja, reduzir progressivamente as emissões de GEE por forma a que o balanço entre as emissões e as remoções da atmosfera (ex., pela floresta) seja nulo em 2050. Em 2030, espera-se reduzir em 55% as emissões de GEE, comparando com os níveis de 1990; e também plantar mais 3 biliões de árvores.

Desse modo com base nisso, foi constituído um grupo de trabalho com especialistas do setor florestal que apoiaram a avaliação dos níveis de TRL (Technology Readiness Level), isto é, o nível de maturidade tecnológica atual dos equipamentos nas diferentes categorias de operações em Portugal. Além disso, definiram também uma visão comum global “Green Deal” para a floresta a adotar no país, incluindo as tecnologias mais promissoras com exemplos de equipamentos e postos de carregamento.

 

A visão global “Green Deal” preconiza a adoção de soluções elétricas e híbridas com elevada maturidade, para todas as operações florestais, com vista a reduzir as emissões de GEE associadas à gestão florestal sustentável e redução do risco de incêndio.

Já a escala TRL foi introduzida em projetos financiados pela UE em 2012 e atualmente é o ponto de referência para determinar o desenvolvimento ou maturidade da investigação e a sua prontidão para a absorção do mercado e potenciais investimentos.

Um nível elevado de maturidade das soluções de motorização elétrica para a floresta em Portugal é visível na tabela acima. De facto, é já possível encontrar equipamentos elétricos ou híbridos no nível 3 para a grande maioria das operações florestais. Destaque para os equipamentos elétricos de pequeno porte moto-manuais (motosserras, motoroçadoras, tesouras de poda, etc.), bem como os destroçadores de biomassa florestal, miniescavadoras e tratores florestais que podem ser usados na plantação e preparação do terreno.

No nível 2 estão os harvesters híbridos recentemente introduzidos em Portugal e numa fase de teste. Esta é uma área em grande expansão, esperando-se para breve versões híbridas dos equipamentos mais populares das principais marcas, como Komatsu, John Deere e Ponsse. Também no nível 2 estão a maioria dos equipamentos de movimentação de madeira, incluindo os forwarders e camiões de madeira elétricos, que se encontram em fase de testes em ambiente real. A exceção são os camiões elétricos e “caixa fechada” que podem ser usados para transporte de estilha e as gruas elétricas, com vários modelos já em comercialização.

A tecnologia a hidrogénio parece estar ainda num nível inicial, exigindo maior investigação e desenvolvimento.