Nova Carta de Perdas de Vegetação em Floresta e Mato Revoluciona Monitorização Florestal em Portugal

No âmbito do projeto Dados de Deteção Remota para a Gestão Florestal foi lançada a Carta de Perdas de Vegetação em Floresta e Mato, uma nova ferramenta inovadora para a monitorização contínua das florestas em Portugal. Este produto cartográfico, desenvolvido pela Direção-Geral do Território (DGT) no contexto da Agenda transForm, permite identificar e acompanhar as perdas de vegetação em áreas florestais e de mato com uma frequência de atualização bimestral.

O projeto “Dados de Deteção Remota para a Gestão Florestal” tem como objetivo modernizar a gestão florestal em Portugal, utilizando tecnologias de satélites e Inteligência Artificial para monitorizar continuamente a cobertura vegetal. Este projeto recorre a imagens de satélites como os Sentinel-2, que obtêm dados detalhados e atualizados sobre a saúde e o estado das florestas, fornecendo aos decisores informações cruciais para a gestão sustentável das florestas e a prevenção de incêndios.

A Carta de Perdas de Vegetação em Floresta e Mato é um produto vetorial composto por polígonos com uma unidade mínima cartográfica de 0,5 hectares. Cada atualização, publicada nos meses pares (fevereiro, abril, junho, etc.), apresenta as perdas de vegetação detetadas nos 12 meses anteriores ao mês de publicação, e o mês específico em que cada perda foi observada por satélite está registado nos atributos do produto. As perdas de vegetação são detetadas com base em imagens de satélite Sentinel-2, utilizando o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), que mede a variação na “verdura” da vegetação ao longo do tempo.

Esta carta é focada nas áreas classificadas como floresta e mato pela Carta de Ocupação do Solo Conjuntural (COSc) (classes 311 a 420) do Sistema de Monitorização da Ocupação do Solo (SMOS), permitindo uma visão detalhada e atualizada das alterações na cobertura vegetal nessas áreas. Ao contrário da COSc, que tem uma frequência de atualização mais espaçada, a Carta de Perdas de Vegetação é produzida de forma mais frequente, fornecendo informações que ainda não são visíveis na cartografia de ocupação do solo tradicional.

A Carta de Perdas de Vegetação em Floresta e Mato não identifica as causas das perdas de vegetação, focando-se apenas na deteção dessas alterações com base nos indicadores quantitativos do NDVI. Sendo um produto experimental que resulta das ações de I&D do projeto, encontra-se em manutenção evolutiva, o que levará a melhoramentos e ajustes nos seus métodos de produção e especificações técnicas.

Os utilizadores podem aceder ao novo serviço através da Sistema Nacional de Informação Geográfica (SNIG), e aqueles que necessitam de suporte para a visualização da nova carta podem consultar os Guias de Apoio disponíveis na página de dados abertos da DGT (https://www.dgterritorio.gov.pt/dados-abertos).

O lançamento desta carta representa uma mais-valia para o setor florestal, particularmente nas áreas de prevenção e combate a incêndios e monitorização de povoamentos florestais. Com dados atualizados a cada dois meses, esta ferramenta permite às entidades responsáveis identificar rapidamente as áreas que sofreram perdas de vegetação, auxiliando na tomada de decisões mais informadas e em tempo útil para a proteção das florestas.

Além disso, os utilizadores são incentivados a fornecer feedback sobre a utilização da carta para smos@dgterritorio.pt, contribuindo para a melhoria contínua deste serviço.