Arranque da construção do troço experimental das estradas florestais

A construção do troço experimental das estradas florestais da Agenda transForm já está em curso. Trata-se de um marco importante no projeto que une ciência, indústria e construção em torno de um objetivo comum: criar estradas mais sustentáveis, capazes de integrar subprodutos da floresta e reduzir o consumo de recursos naturais.

O projeto, coordenado pela Universidade de Aveiro, envolve a The Navigator Company, a Megavia e a Altri Florestal, e propõe-se a testar soluções inovadoras para a construção de infraestruturas florestais que combinem eficiência técnica, viabilidade económica e sustentabilidade ambiental.

Margarida Pinho Lopes, da Universidade de Aveiro, explica que este troço experimental é “uma prova de conceito”, onde estão a ser testadas diferentes soluções construtivas.

“Vamos utilizar subprodutos da cadeia de valor da floresta, da indústria da pasta e do papel, como alternativa ou complemento aos materiais tradicionalmente usados. O que estamos a fazer é calibrar estas soluções o que nos vai permitir, no futuro, testar outros tipos de subprodutos e em diferentes quantidades.”

A equipa do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro pretende, assim, validar o comportamento destes materiais em condições reais, abrindo caminho para o Manual de Projeto de Estradas Florestais, que definirá orientações adaptadas à realidade portuguesa.

Para a The Navigator Company, este projeto representa uma oportunidade de valorizar os subprodutos gerados na indústria de pasta e papel, reforçando o compromisso com a economia circular.

“Utilizamos um subproduto, as areias das caldeiras de biomassa, para integrar novamente na floresta”, explica Teresa Silva, da The Navigator Company. “Esta sustentabilidade e circularidade de poder trazer um subproduto industrial de volta à floresta é algo que valorizamos muito. É dar uma nova vida a um material que, de outra forma, seria desperdiçado.”

Do lado da construção, a Megavia é responsável pela execução do troço experimental, que integra oito soluções distintas.

“Quatro soluções utilizam solo local e quatro utilizam agregados”, refere Patrícia Montez, da empresa de construção.  “Acreditamos que as soluções com solo local são as mais adequadas à incorporação dos subprodutos, porque têm menor impacto económico e são mais fáceis de aplicar.”

Estas soluções estão agora a ser monitorizadas e avaliadas, permitindo comparar o seu desempenho face às opções tradicionais e demonstrar a viabilidade técnica dos materiais alternativos.