Decorreu, entre os dias 13 e 17 de maio, o 20º Simpósio de Análise de Sistemas em Recursos Florestais (SSAFR 2024), no País Basco, em Espanha.
O SSAFR é um encontro internacional que se realiza a cada dois anos, desde 1975, e tem tido um contributo fundamental para a investigação sobre a gestão e planeamento florestal durante o último século.
Na edição deste ano, o projeto E-Marketplace de Produtos Florestais, integrado na Agenda transForm, foi apresentado por Valentina Masso, do Centro de Estudos Florestais (CEF) e Laboratório TERRA (TERRA), do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Lisboa.
Em Portugal, a cadeia de abastecimento florestal tem um papel central, quer a nível económico como ecológico. O projeto E-marketplace, centra-se na criação de uma plataforma para a comercialização de produtos florestais, enfatizando a importância dos produtos florestais não lenhosos (PFNL).
Para uma melhor compreensão das tendências de mercado e de um conjunto diversificado de produtos não lenhosos, tais como medronhos, pinha e pinhões, castanhas, mel, cogumelos, ervas aromáticas, entre outros, foi efetuado um inquérito.
O inquérito permitiu uma melhor caracterização dos produtores, empresas e outros interveniente da cadeia de valor e suas necessidades no momento da comercialização.
Os resultados obtidos permitem identificar que existe a necessidade de criar um E-marketplace que contemple um mix entre os segmentos B2B (Business to Business) e B2C (Business to Consumer), devido à diversidade de mercados no setor florestal.
Valentina Masso, acredita no potencial dos produtos florestais não-lenhosos (PFNL) em Portugal “para além do mais conhecido, que é a cortiça”, não só porque permitem a biodiversidade no ecossistema, mas também porque podem constituir uma fonte secundária de rendimento para os proprietários florestais
“Tendo em conta a paisagem heterogénea do país, de norte a sul, a diversidade dos PFNL é enorme. Portanto, o comércio eletrónico torna-se sem dúvida uma ótima possibilidade e solução para os produtores, empresas e outras indústrias da cadeia de valor dos PFNL e PFL venderem ou comprarem sem recurso a intermediários, e utilizar, através da tecnologia, a economia de proximidade, o que é vital se quisermos reduzir a pegada de carbono e criar uma economia resiliente”, referiu Valentina Masso.
O próximo passo deste projeto integrado na Agenda transForm é a realização de testes do primeiro protótipo da plataforma de Emarketplace junto de diversos atores florestais, nomeadamente os consumidores e fornecedores.
O E-Marketplace de Produtos Florestais é coordenado pelo CoLAB ForestWISE, em parceria com a Agri Marketplace, a Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA), a União da Floresta Mediterrânica (UNAC) e com o Instituto Superior de Agronomia (ISA).
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